Em nível de escassez, Sistema Alto Tietê recebe 17% mais água com obra no Rio Itapanhaú
01/12/2025
(Foto: Reprodução) Tubulação que leva água do rio Itapanhaú para o Sistema Alto Tietê
Guilherme Alves/ TV Diário
O Sistema Produtor Alto Tietê (SPAT) encerrou novembro com apenas 19,3% de sua capacidade. O índice está bem abaixo do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando o reservatório fechou o mês operando em 36,8%,
É diante dessa situação de escassez que o SPAT recebe um aumento de 17% no volume de água com a instalação de 11 geradores, que vão auxiliar no bombeamento de até 2,5 mil litros por segundo da bacia do rio Itapanhaú, na Serra do Mar.
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De acordo com o Governo do Estado, a obra amplia a oferta de água para o abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo. A captação construída no Itapanhaú passa a transportar uma vazão que não era utilizada anteriormente para o abastecimento da população.
A secretária estadual de Meio Ambiente, Estrutura e Logística, Natália Resende, visitou a obra na manhã desta segunda-feira a (1º).
Ela afirmou que a obra vai ajudar os sistemas Cantareira e Alto Tietê. “É uma obra que foi antecipada em virtude de todo o planejamento que a gente vem fazendo pra aumentar a resiliência hídrica. A gente tá em épocas de chuvas abaixo da média histórica, então uma entrega como essa nesse período é muito importante pra gente melhorar a resiliência hídrica da região como um todo.”
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Detalhes da operação
A outorga da SP Águas autoriza a retirada de até 2,5 mil litros por segundo. O governo informou que a obra de captação e transferência recebeu um investimento de R$ 300 milhões e está pronta para operar na capacidade máxima.
“A gente vai fazer o bombeamento de 98 metros para poder chegar lá no Sistema do Alto Tietê. A partir do momento que chegar no sistema do Alto Tietê, a gente aumenta a capacidade de 17%. Isso já está sendo feito e aí claro, isso depende também das chuvas. A gente tem um respeito muito grande aqui com a questão do outono. Então são mil litros que continuam descendo aqui no rio. E aí a gente pega o excedente para a gente conseguir dar esse aumento de capacidade. Então tudo foi bem planejado, muito no sentido de como é que a gente, no cenário de escassez, no cenário em que a gente tem poucas chuvas, consegue cada vez mais ficar resiliente", explicou a secretária.
A instalação da linha de alta tensão dedicada, feita por uma empresa de transmissão de energia, tem previsão de conclusão para junho de 2026. Segundo o governo, a estrutura da linha passa por áreas preservadas e de difícil acesso, o que exige cuidados especiais.
Enquanto a linha de transmissão não é finalizada, a Sabesp instalou os geradores para alimentar as bombas de transferência. Os equipamentos funcionarão até que a linha de energia esteja em operação.
Captação e meio ambiente
A nova captação da Sabesp busca água a 60 quilômetros da capital. A retirada ocorre no ribeirão Sertãozinho, um dos formadores do rio Itapanhaú, colado ao Parque Estadual da Serra do Mar — uma área de preservação ambiental que exigiu soluções de engenharia cuidadosamente planejadas.
A partir da captação, a Companhia implantou um trajeto de 9 quilômetros que combina adutoras apoiadas no solo (em vez de enterradas) e um túnel de 500 metros escavado na montanha, próximo à rodovia Mogi-Bertioga.
Como se trata de uma região de serra, o sistema realiza um bombeamento inicial de 98 metros de altura; depois, toda a condução da água passa a ser feita por gravidade.
O governo informou que a operação foi concebida para minimizar impactos ambientais. A água captada é apenas a parcela excedente do ribeirão Sertãozinho, garantindo que cerca de 1 mil litros por segundo continuem seguindo seu curso natural.
Além disso, as adutoras foram instaladas sobre blocos de concreto, reduzindo intervenções no solo e preservando a vegetação da área de reserva.
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